quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Sortilégio da liberdade

Um buraco fundo
Que aflora o peito
Que afoga a pele

Fogo
Que beija as vísceras
Que queima a boca

Frio
Que afaga a morte
Abrasa o clima

Oco
Que enche o dia
Esvazia a sorte

Bravo
Que abranda o riso

Um buraco escuro
Da cor do peito
Que é meu destino
Que é minha razão

Fundo
Mas que dá pé

Louco
Mas que é prazer

São
Mas que é demente sofrer

Um buraco fundo
Que me faz espelho
Pra se envaidecer

Meu sofrido castigo
Minha lanterna caminho
Me ferrolho aguilhão

1982                                                                           por gguimalem

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