segunda-feira, 23 de abril de 2012

Amor: dois sem soma


Coisa estranha. Esquisito.

Sem existir, a pouco, é quase tudo.

Inadequado, é presente no futuro.

É dois sem soma, indivisível.

Intocável e sem sentido, é só sentido.

Sem forma, preenche o corpo.

Depois deixa-o vazio.




por gguimalem

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Uma cena


7:00 

Uma gari (ou margarida) meia idade, meio gordinha, meio baixinha. Meio feia. Uniforme azul com faixas.

Nas pontas dos pés abraçava na altura dos ombros um homem, mais alto, mais magro, mais velho, mais ou menos feio.

O beijo era doce, terno, prolongado e profundamente carinhoso.

Do carro observei a cena que inda agora, observo em minha mente.

O amor não é de mais nem de menos nem de meios. É só amor. E é lindo!






gguimalem   via twitter em 2009

domingo, 1 de abril de 2012

São dele as palavras, mas como me calam!!

"Tudo, aliás, é a ponta de um mistério, inclusive os fatos. Ou a ausência deles. Duvida?"


"Quando escrevo, repito o que já vivi antes. 
E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente. 
Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo 
vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser 
um crocodilo porque amo os grandes rios, 
pois são profundos como a alma de um homem. 
Na superfície são muito vivazes e claros, 
mas nas profundezas são tranqüilos e escuros 
como o sofrimento dos homens."


"Coração de gente — o escuro, escuros."


"Fino, estranho, inacabado, é sempre o destino da gente."


Textos de Guimarães Rosa.