quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O Milagre da Vida

Como em uma dança, vc conduz os passos de forma suave, firme e doce. 

Cativa, instiga ....

A sincronicidade  permite deixar-me levar, 

mesmo que o medo e a timidez  reprimam todas as formas de expressão ... 

ainda assim, sentimentos insistem em se mostrar.

Nesta dança, o olhar faz a conexão ... transmite segurança... 

e o corpo responde a ela.

A musica que dá o ritmo,  invade e nos desarma.

E sem ter o que explicar ou entender,

Descongelamos aos poucos e 

E simplesmente nos entregamos 

ao milagre da vida .


09/12/13     por sinhazinha

sábado, 4 de janeiro de 2014

Entre dois mundos

Entre dois mundos
Uma fresta
Um olhar

Entre o real e o imaginário
O toque
O sentido

Entre o vago e o palpável
O sonho

Entre o sol e a lua
O portal

Entre o ser e o não ser
O sorriso 

Da fresta
Do toque
De um sonho
De um portal

Do amor

Do nosso amor

De onze vidas

Que enfim brotou, se abriu

Aconteceu e transcendeu

Dois mundos. Que atravessou.



dezembro de 2013                                       

                                                                                     gguimalem

sábado, 21 de setembro de 2013

Reflexões




Da energia incidente, parte é absorvida, transmitida ou refletida. 
Diferente das outras, a reflexão tem pouca ou nenhuma influência na energia do corpo que a reflete.

Entretanto, uma vez refletida, junta-se à emissão e propaga-se em todas as direções, aumentando a energia daqueles em seu campo de visão.

Outra particularidade da reflexão refere-se à percepção de cor. Esta, se deve preponderantemente aos pigmentos que não são absorvidos, mas refletidos.

Ocorre que a reflexão necessita de uma fonte externa de luz.  O que é refletido vem dessa fonte. Pouco  se deve ao  objeto que a reflete.

Se enxergo o verde, é porque ele não é absorvido pela superfície. Por outro lado, se à superfície se incide uma fonte de luz diferente, talvez o verde não seja mais reconhecido. 

Nesse caso, se me coloco como a fonte de luz, eu vejo o outro, ou apenas me reconheço nele no que ele tem de mais parecido comigo?

Como pode o outro absorver algo que já possui?

O que refletimos não nos afeta?  Mas e a parte do que emitimos que retorna?

É isso? Não vemos o outro. Apenas nos reconhecemos nele?

É como iluminamos uma pessoa que ela se torna interessante?

Auto suficiência? 

Só amamos o que possuímos?

Opacidade e transparência.
E se ao invés de refletir o que do outro temos, não o transmitíssemos?

Em essência, não perceberíamos mais a cor. 

Mas a emissão do que somos,

Completamente absorvidos ou transmitidos,

Seríamos?

gguimalem

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Pedido de Capoeira

entro e saio
do mesmo jeito

diferente
saio, faço que volto

do meio
de frente

olho e não vejo 
me mostro

me jogo
faço um aú, apareço!

caio bem...
na negativa

te busco, 
me escondo

bem na roda
do meio 

de dentro
de fora

faço que vou
e num volto

igual, 
diferente

te peço: 
dá sua mão? deslizo

te dou
meia lua 

inteira
completa

vem?

terça-feira, 30 de abril de 2013

Tatiana francesa

Marco zero.

Retorno.

De volta ao final.

Do inicio.

Tatiana francesa de russa beleza.

Forte. Indecifrável.

Árida e fértil.

Ao ler-te  me descubro ao ver-te de volta pro futuro de ontem.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Tinto seco


De duração intensa
Persistente

Cor escura
E alguma transparência

Complexo
De aroma franco
Pouco amargo

Em mim
Restam, restarão

Notas
De amargor
Amor e dor


Ao partir
Partido
Te preservo

Reservado e
Livre

Sem prazo de validade
E final longo


Novembro de 2012

gguimalem

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Pode ser

A paz
Um alento

A vida
Um sinal

O interno
Intenso

Pode

Que negue o vir, a ser
E a vida refute

Que negue a ilusão, do vir
E a vida revele

Pode ser 

Que a alma se acenda
E a vida ilumine

Que na espera
Eu contrarie

Pode
Que não seja vã
Ou em vão

Mas diferente

Assim como uma chance

Uma sorte, de merecer ter

Pode até ser

Imagine

Que aconteça!


por gguimalem

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Amargo: amar e ir

Sentir

Sorrir

Amar e ir
Go

Ir só
Rir

Amargo ir só

Rir só , sentir

Sem ti
Ir

Amargo, só ir sem ti




gguimalem 

domingo, 23 de dezembro de 2012

Eu estou depois das tempestades

Eu estou depois das tempestades.
O senhor nonada conhece de mim; sabe o muito ou o pouco? O Urucuia é ázigo... Vida vencida de um, caminhos todos para trás, é história que instrui vida do senhor algum? O senhor enche uma caderneta... O senhor vê aonde é o sertão? Beira dele, meio dele?... Tudo sai é mesmo de escuros buracos, tirante o que vem do Céu. Eu sei.
Grande Sertão: Veredas

Joao Guimaraes Rosa

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Que Distrai


Avassala
Dor
Que ao entrar arrasa
Enquanto for

Arremata
Dor
Que ao rimar consome
Enquanto for

Dor.Sem.Ti.Dor.Destruí.Dor.Ama.Dor.Traí.Dor.Distrai.Dor


sábado, 24 de novembro de 2012

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Tempos futuros, novamente.

O que sinto?
As imagens de ontem me vêm com alguma estranheza:
Seria isso mesmo? Algo entre o opressor e seu objeto?
Imagino ou algum corte interior inda persiste?
Só é passado se não o atinge mais?
É o tempo imperecível ou suas ações?
Sobrevivem elas numa espécie de limbo, esperando a conexão
ou novas percepções de seus diferentes atores em tempos futuros?

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Nada não


Ser
Um pouco mais que parecer
Amar
Além do que possa ser
Sorrir
Um pouco mais, só um pouco mais

Aceitar
A incompreensão
A presunção
A imaginação
Alheias

Alheio
Inoportuno
Insípido

Ser, amar, sorrir, aceitar

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Roseando um incidente

                                                                                                                                                                    ÀTatiandoSentires dedico.
         



             Saiu decidido. Pelo mapa nem era longe. Mas mapa ensina o caminho sem prever destinos. Mundo grande, vida pequena. Das gentes. Cada pessoa, no caminho que encontrava, era um receio, uma esperança. Tantos filmes de violência surgem de uma paisagem calma, pensava ele. Pensava eu.
            Domingo quieto. Ara! Estrangeiro alheio e atento a tudo. Nem não nasci. Só vim sentir, me disse eu mesmo, só pra sossegar. As léguas em milhas, jardas sei lá. Era pra rua do lago já ter aparecido. Diacho de mapa é esse! Pertim, de mineiro num é não. A gente nem sabe falar direito. Bora, coisas nossas, todas as idéias. Minha amada fosse mesmo, estaria ali comigo. Queria não ir, não tivesse ido. Mas a vida nem sempre entrega, delivery, o nosso pedido. Saber mais as vezes envolve só o sentir sem ver. Tantas as estradas e rios. River. Roads. Uma dessas há de me levar. Minha cabeça de fato nunca saiu de lá. Minas. França. Bahia. Vagueio como um estrangeiro sozinho em seu próprio mundo. Avisto afinal meu ponto. A milhas e milhas de nanos dias. Melhor de ir é voltar. Mas uma boa condução faz falta de vez em quando. Principalmente na volta de nossos todos cansaços. Voltar também cansa. Mas e a alegria de se encontrar de novo?
            Sol, desconforto e solidão. "Solidão palavra..." já nem me lembro..."amor puro em minha mente? sorri seus dentes de chumbo...." deve ser...vez por outra viajava como agora, Tatiando meus sentidos, sentires. Qual minha amiga na França, nem francesa. 
            Aqui o transeunte deve seguir a lei. Como os bólidos. Tem liberdade não senhor. Na rua alta, alto caminho, auto estrada, sei lá, cabe homem não. Só sua vontade e a imperfeição mineira pra principiar o cidadão fora da lei. Big brother. Olhos abelhudos. Alhures. Só pode. Causa que, como foi possível aquele policial me abordar?  daquele jeito: - "Cê atravessou a a`rta estrada?"- perguntou ele, descendo da moto e me ameaçando em linguajar mais estranho que os próprios modos. -Vou ser preso aqui? só por que andei numa estrada mais besta, sô? que nem acostamento tinha? - desconversei mineiramente. Num podia mentir. Perguntei:- uai, pode não? nem sou daqui. Sabia não. Tava procurando um taxi. Numa achei, vim-me embora. Causa de que? podia não? O tal blue, meio bravo, insistiu: -"Mas você cruzou a a`rta estrada? Lá atrás?" Uai, pensei eu, se ele tá perguntando é porque viu ou alguém contou. Pensei rápido em mineireiz. Carece deu desmentir não. Respondi de novo: - pode não? Num sabia. - Cê me ajuda a achar um taxi? Melhor, volto daqui mesmo, causa que num tem mais a`rta estrada mais não. -"Você sabe quantas milhas tem daqui até o seu destino?"-perguntou incrédulo? E eu num sabia? Se fui num pé, voltava noutro.
            Contrariado, inda insistiu um pouco, meu anti veloso policial de caetano. "Eu não sou daqui, eu não tenho nada....quero ver irene dar sua risada..." Caetano de novo, como um beatle a me socorrer..."Help, I need somebody...help...just anybody..." tenho medo. Tem tanta música na minha cabeça que nem sei mais quem manda em quem..."Num nasci pra ser guerreiro, nem infeliz estrangeiro. Eu num invejo um dinheiro, nem diploma de doutô...".
            "...a policeman ...he seems so pleased..."... nem tanto, mas também esse nem num era inglês nem nada....fico pensando: tinha cruzado a via de minha vida?  só podia...volto eu ao tema...linha da vida: curta, dizia a cigana: "o que será, o amanhã...como vai ser, o meu destino". Vida expressa naquela via. Dois mundos eu cruzei. Meu mundo e o seu. Qual de nós dois...mais uma..."será assim tão complicado?"
            Sou só eu e minha vida. Penso, pensava. E ainda nem em Londres.



por gguimaalem

14/06/2012

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Amor: dois sem soma


Coisa estranha. Esquisito.

Sem existir, a pouco, é quase tudo.

Inadequado, é presente no futuro.

É dois sem soma, indivisível.

Intocável e sem sentido, é só sentido.

Sem forma, preenche o corpo.

Depois deixa-o vazio.




por gguimalem

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Uma cena


7:00 

Uma gari (ou margarida) meia idade, meio gordinha, meio baixinha. Meio feia. Uniforme azul com faixas.

Nas pontas dos pés abraçava na altura dos ombros um homem, mais alto, mais magro, mais velho, mais ou menos feio.

O beijo era doce, terno, prolongado e profundamente carinhoso.

Do carro observei a cena que inda agora, observo em minha mente.

O amor não é de mais nem de menos nem de meios. É só amor. E é lindo!






gguimalem   via twitter em 2009

domingo, 1 de abril de 2012

São dele as palavras, mas como me calam!!

"Tudo, aliás, é a ponta de um mistério, inclusive os fatos. Ou a ausência deles. Duvida?"


"Quando escrevo, repito o que já vivi antes. 
E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente. 
Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo 
vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser 
um crocodilo porque amo os grandes rios, 
pois são profundos como a alma de um homem. 
Na superfície são muito vivazes e claros, 
mas nas profundezas são tranqüilos e escuros 
como o sofrimento dos homens."


"Coração de gente — o escuro, escuros."


"Fino, estranho, inacabado, é sempre o destino da gente."


Textos de Guimarães Rosa.



quarta-feira, 28 de março de 2012

Um problema mal posto (matematicamente falando)


Devia ser assim
Um descuido e pronto
Como uma desilusão

Algo inesperado
Imprevisto
Incompleto

Devia ser assim
Um olhar sem gesto
Como um esquecimento

Tempo futuro
De incerta certeza
A revolver o mal posto

Como um problema inverso
Onde volto a você
No breve instante

Em que nunca mais lhe vejo


por gguimalem

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Fala sério

Somos todos algo, ou nada

De que se espera


Nada, que há de vir
De ninguém


Se não de nós, de mim
Ou de você


Desço de meu mundo
Sem parada e permaneço


Rebelo-me
Reajo e blasfemo


Busco atingir, violento
Meu coração


Corro, corro
Corro


Vejo claro um grande futuro

De nada, de absolutamente nada




 

por gguimalem

sábado, 10 de setembro de 2011

Sonho lúcido


Com você

Misturando tantas faces

Minhas e suas


Vejo você
Em meus personagens

Inexistentes ainda


Surgindo alheia
Em paisagens antigas

Como em um filme futurista


Depois me divago em pensamentos
Perdidos, perdido

No seu tempo


De um mundo paralelo
De infinitas possibilidade

Juntos



Vago
Em sonhos

Sem coisas ou poder


Instantes eternos
A confundir

Você em mim


Nada mais importa
Se não a incerteza

De seu amor



E em meu sonho

Lúcido

Três opções



Esquece
Continue

Recomece


Amo e não amo

Como sempre

E nunca mais.


 por gguimalem

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Vambora?

Eu tenho pressa

De viver

De vir e de ver



Eu tenho ânsia

De sonhar

De ser som e ar



Eu muito e pouco

Quero dar

Quero ganhar



Não quero nada

Só quero muito

O vir a ser, o ser



Eu quero ver

Quero sentir

Quero viver



Quero ser livre

Quero seu ser livre

“Eu quero ir minha gente.”


por gguimalem

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Olhar interior

Eu quero olhar-te adentro

Como um pensamento

Intangível e denso a um só tempo



Não creio impossível

Se meu querer existe e é tanto



Se meus pensamentos de além'mim

Já te sentiram, por que não eu?



Eu quero meu sentido agudo

Louco, cego e surdo



E quero muito!



Por gguimalem

terça-feira, 28 de junho de 2011

Prelúdio

Decido, nada decido, sinto

Permaneço como em Meu prelúdio

Quatro em mim, menor


Começo, fraco com esperança ainda
Inconsequente e imprevisto

A te imaginar, assim


Distraio-me, subo e desço
Enfraqueço-me no meu sem caminho

A te buscar, t`encontro?


Volto forte, sem temor. Grito!

Em chamas, chamo, mais forte ainda

Glorioso, sou?


Caio, de novo, novamente
Em minha vida

Piano, pianíssimo



Em acorde, acordo, três vezes tenso
Firme em nenhum som, nada

Ouço-me, sol-to-te


por gguimalem

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Vinho tinto

Se me concentro, tento
Em você, sei, me distraio


Se um bem quero, invento
Em você, sei, me concreto


Se penso, intenso e raro
Em você, sei, me  declaro


Não lhe conheço, reconheço
 
Mas inda que em meu presente,
Um qualquer presságio me assalte


Mergulho  e sorvo nos seus lábios
A última gota deste tinto  


por gguimalem

terça-feira, 24 de maio de 2011

Destino arrebatador

Meu destino te leva
Teu destino me salva

Grito teu nome em sussurros

Teu sem nome
Arde em mim ainda


No mesmo instante em que me perco
Te encontro


Assim, da janela do tempo
No exato momento em que te busco
Sem memórias, te reconheço


Sem rosto, só as memórias de um corpo
Em que tateio

Meus pensamentos nos teus

Volto ao passado
Em teu futuro, viajo
Entre o que vejo e o que pressinto


Desejo

O amor que saliva tua língua em um penúltimo beijo, receio.


por gguimalem



por gguimalem

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Arrisco

   Retiro
  
   O véu
   Que revela
   Segundos ou anos
   Sem um
   Só  um
   Gesto
   Um olhar
   Um cheiro

   Em mim

   Arrisco
  
   Olhar um
   Gesto
   Um só
   Um
   Sem anos ou segundos
  
   Que revela
   O véu

   Em voce

                                                                         por gguimalem

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Acho que esse trem não existe

Minha mente vaga em busca do sentido.

Entre o ser ou viver.
Uma saída.

Entre o sentir e o não sentir.
Observar, seguir.
Ouvir,  entender.

Procuro na memória, recuso-me.
Tempo.
Percebo o que não percebo.
Escuto e vigio.

Sem crença.
Sem reação.
Feliz, mente.

Adolesço então.
Não existo, tento.
Não acontece.
Enfim.

por gguimalem

quinta-feira, 10 de março de 2011

Ilusão

Ontem, parecia que via
Que vinhas
Cego ainda espero
Em vão


por gguimalem

Lembro

Lembro de você assim
De um jeito que nunca houve
No passado de meu futuro
Sem ontem em mim ou amanhã em si
É que penso em você assim 
Adeus, sem vir
Partido, partida em mim de si
Misturada em você do que nunca tivemos é que sofro
De um jeito que nunca houve
É que me lembro de você assim.


por gguimalem

2010

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mãos finas

Dedos longos
Como os pés.

De pernas impossíveis
Imaginadas, lisas
Finas
Como as mãos.

Olhar forte
Triste
De incerta intenção
Suave como a boca
Imaginada doce
E forte como as mãos.

                                                             por gguimalem

2009