quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Déjà vu (Parte II)

            Saímos. Você. New York. Maratona. Só você. Parecia um sonho.
Estava em NY para correr a maratona... Acordei bem cedo e fui pegar um ferry-boat para Manhattan. O ticket do ferry-boat era um pirulito. Comprei dois, pois sabia que meu amigo iria chegar. Na verdade o ferry-boat era um barquinho com um assento igual ao de estádio de futebol. Como naquele barco em Angra que pegamos.
Encontrei meu amigo, com cara de emburrado, como sempre. - Vou pegar meu kit de corrida e já volto, respondi a mim mesma. Não sei por que diabos eu estava de macacão jeans pra correr. Tinha um, na época da faculdade. Eu amava, era a coisa mais esculhambada que havia. Minha mãe odiava ver-me vestida com ele. Mas havia um kit para os corredores, e nele um short de corrida, que, na verdade, acho que era sempre uma camiseta...
Quando cheguei ao lugar uma moça começou a entregar-me um monte de coisas: um saco de chaveiro, miniaturas de uma mascote da corrida e sempre perguntando: - você quer o kit completo? Ao responder que sim, entregava-me outras tantas coisas. Só não sabia onde iria colocar tanto bagulho. Tinha que avisar, pedir pra me esperarem lá na barca. Voei. Mas ao chegar à barca avistei um velho querendo meu lugar. Não cedi. Como assim? Coisa doida. Sou assim não. Voltei voando pra pegar e a moça lá entregando até banco imobiliário, war, esses troços.
Na primeira vez eu queria andar. Muito. Queria conhecer tudo. Absorver as coisas, o tempo, tudo com meu próprio corpo. Meus olhos. Todos os meus sentidos. Sentir o cheiro observar as pessoas. Correr no park. Já estive lá um dia. Reconhecia? Segunda vez, será? Grandes ruas. Telas de Chagall. Mas isso já foi há algum tempo. Perdi-me.

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