ÀTatiandoSentires dedico.
Saiu decidido. Pelo mapa nem era longe. Mas mapa ensina o caminho sem prever destinos. Mundo grande, vida pequena. Das gentes. Cada pessoa, no caminho que encontrava, era um receio, uma esperança. Tantos filmes de violência surgem de uma paisagem calma, pensava ele. Pensava eu.
Domingo quieto. Ara! Estrangeiro
alheio e atento a tudo. Nem não nasci. Só vim sentir, me disse eu mesmo, só pra
sossegar. As léguas em milhas, jardas sei lá. Era pra rua do lago já ter
aparecido. Diacho de mapa é esse! Pertim, de mineiro num é não. A gente nem
sabe falar direito. Bora, coisas nossas, todas as idéias. Minha amada fosse
mesmo, estaria ali comigo. Queria não ir, não tivesse ido. Mas a vida nem
sempre entrega, delivery, o nosso pedido. Saber mais as vezes envolve só o
sentir sem ver. Tantas as estradas e rios. River. Roads. Uma dessas há de me
levar. Minha cabeça de fato nunca saiu de lá. Minas. França. Bahia. Vagueio
como um estrangeiro sozinho em seu próprio mundo. Avisto afinal meu ponto. A
milhas e milhas de nanos dias. Melhor de ir é voltar. Mas uma boa condução faz
falta de vez em quando. Principalmente na volta de nossos todos cansaços. Voltar também cansa. Mas e a alegria de se encontrar de novo?
Sol, desconforto e solidão.
"Solidão palavra..." já nem me lembro..."amor puro em minha
mente? sorri seus dentes de chumbo...." deve ser...vez por outra viajava
como agora, Tatiando meus sentidos, sentires. Qual minha amiga na França, nem francesa.
Aqui o transeunte deve seguir a lei.
Como os bólidos. Tem liberdade não senhor. Na rua alta, alto caminho, auto
estrada, sei lá, cabe homem não. Só sua vontade e a imperfeição mineira pra
principiar o cidadão fora da lei. Big brother. Olhos abelhudos. Alhures. Só pode.
Causa que, como foi possível aquele policial me abordar? daquele jeito: - "Cê
atravessou a a`rta estrada?"- perguntou ele, descendo da moto e me ameaçando em
linguajar mais estranho que os próprios modos. -Vou ser preso aqui? só por que
andei numa estrada mais besta, sô? que nem acostamento tinha? - desconversei
mineiramente. Num podia mentir. Perguntei:- uai, pode não? nem sou daqui. Sabia
não. Tava procurando um taxi. Numa achei, vim-me embora. Causa de que? podia
não? O tal blue, meio bravo, insistiu: -"Mas você cruzou a a`rta estrada? Lá
atrás?" Uai, pensei eu, se ele tá perguntando é porque viu ou alguém contou. Pensei
rápido em mineireiz. Carece deu desmentir não. Respondi de novo: - pode não? Num
sabia. - Cê me ajuda a achar um taxi? Melhor, volto daqui mesmo, causa que num
tem mais a`rta estrada mais não. -"Você sabe quantas milhas tem daqui até o seu
destino?"-perguntou incrédulo? E eu num sabia? Se fui num pé, voltava noutro.
Contrariado, inda insistiu um pouco,
meu anti veloso policial de caetano. "Eu não sou daqui, eu não tenho
nada....quero ver irene dar sua risada..." Caetano de novo, como um beatle
a me socorrer..."Help, I need somebody...help...just anybody..."
tenho medo. Tem tanta música na minha cabeça que nem sei mais quem manda em
quem..."Num nasci pra ser guerreiro, nem infeliz estrangeiro. Eu num
invejo um dinheiro, nem diploma de doutô...".
"...a policeman ...he seems so pleased..."... nem tanto, mas também esse nem num era inglês nem
nada....fico pensando: tinha cruzado a via de minha vida? só podia...volto eu ao tema...linha da vida:
curta, dizia a cigana: "o que será, o amanhã...como vai ser, o meu
destino". Vida expressa naquela via. Dois mundos eu cruzei. Meu mundo e o
seu. Qual de nós dois...mais uma..."será assim tão
complicado?"
Sou só eu e
minha vida. Penso, pensava. E ainda nem em Londres.
por gguimaalem
14/06/2012
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