sábado, 5 de fevereiro de 2011

Sem ti

Primeira vez sem ser. Seria possível?
Não eras a mais bela, mas teus olhos e o teu olhar me fascinaram. Como teu sorriso, triste.
Amor, sem amor. Existe?
Chamei pelo teu nome. Seria?
 – Que meigo, respondeste.
Eu como um menino a mendigar carinho. Um doce, um gesto, um olhar.
Carinho, sem carinho. É possível?
Misturaram-se em mim teus sonhos nos meus. Lembrei-me de mim, de ti. Perdi-me em mim como a muito e sempre. Ouvi teu cheiro. Ouvi? Ainda o ouço agora. Busquei teu olhar no meu. Teus olhos. Busquei teu amor. Não havia. Teu cheiro. Não era teu cheiro. Tenho certeza. Teu cheiro era outro. Cheiro sem cheiro haveria também de ser possível.
Lembro que me pediste algo. Não pude dar. Não ouvi direito. Insensível. Não esperava. Sim, esperava. Sempre esperei de mim algo assim. Um toque sem toque. Presente e ao mesmo tempo ausente. Estranho. Estranhamente normal. E um vazio, cheio de mim.
Parti. Mas sem ti é que vieste comigo.

                                                                                 por gguimalem

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